sexta-feira, 6 de junho de 2014

Trocas Gasosas em Seres Multicelulares

1. Trocas Gasosas nos Animais

Nos animais, os gases respiratórios entram e saem do meio interno do organismo através das superfícies respiratórias. Essas superfícies, bem como o conjunto de órgãos envolvidos no desempenho dessa função, constituem o sistema respiratório. Apesar da grande diversidade das superfícies respiratórias, é possível encontrar em todas elas um conjunto de características que aumentam a eficácia das trocas gasosas que aí ocorrem:
  1. São superfícies húmidas, o que permite a dissolução dos gases, necessária a sua difusão;
  2. São superfícies finas, constituídas apenas por uma camada de células epiteliais;
  3. São superfícies altamente vascularizadas;
  4. Possuem uma área grande relativamente ao volume dos órgãos em que se situam.

 1.1. Difusão Directa ou Simples

Tocas gasosas através das Células
As trocas directas de gases através da superfície corporal ocorrem em alguns animais aquáticos e terrestres com baixas taxas metabólicas e elevada relação superfície/volume corporal. 
Esta condição resulta num contacto directo da maioria das células com o meio externo, facto que possibilita a troca directa entre ambos os meios. Este tipo de trocas encontra-se na hidra e na planária.


Trocas Gasosas através da Traqueia
O gafanhoto e outros insectos possuem um sistema respiratório com difusão directa designado por sistema traqueal. Este sistema é constituído por um conjunto de canais – traqueias – que se vão ramificando até se encontrarem em contacto com as células, onde ocorrem as trocas gasosas. O oxigénio difunde-se directa e rapidamente através de traqueias sem intervenção de um sistema de transporte, o que permite ao animal altas taxas metabólicas. O facto de este sistema se ramificar para o interior do corpo minimiza as perdas de água, podendo ser considerado uma adaptação importante ao ambiente terrestre.



1.2. Difusão Indirecta ou Hematose

Hematose Cutânea
Neste tipo de troca gasosa, os gases difundem-se entre a superfície do corpo do animal e o sangue, ocorrendo, portanto, difusão indirecta. A ocorrência da hematose cutânea é possível graças à abundante vascularização existente por debaixo da superfície da pele e à manutenção da humidade na superfície do corpo – tegumento. Este último requisito é assegurado quer por glândulas produtoras de muco, quer pelo habitat húmido característico destes animais. Este tipo de hematose é comum à minhoca e aos anfíbios, funcionando nestes últimos como complemento da hematose pulmonar dos animais adultos.



Hematose Branquial

Este tipo de hematose é típico dos animais aquáticos, podendo considerar-se a existência de dois padrões básicos: as brânquias externas, expansões vascularizadas do epitélio projectadas para o exterior, e as brânquias internas, constituídas por uma enorme quantidade de lamelas ricamente vascularizadas, representando uma significativa área de contacto com a água. As brânquias, situadas na cavidade opercular entre a faringe e o opérculo, são banhadas por um fluxo contínuo de água que entra pela boca e sai pela fenda opercular, garantindo uma eficaz ventilação daquelas estruturas.
Nas lamelas, o sangue circula em sentido oposto ao da passagem da água na cavidade opercular. Este mecanismo de contracorrente garante o contacto do sangue, progressivamente mais rico em oxigénio, com água, cuja pressão parcial de oxigénio é sempre superior àquela que existe no sangue. Daqui resulta a manutenção de um gradiente que assegura a difusão até valores próximos da saturação da hemoglobina do sangue dos peixes.


Hematose Pulmonar
Nos Vertebrados terrestres, a hematose ocorre em órgãos especializados, os pulmões, basicamente constituídos por uma rede de tubos de diâmetro cada vez menor, que terminam em pequenos sacos, os alvéolos. Estes órgãos foram sofrendo alterações, sendo de notar, nestes animais, as seguintes tendências evolutivas:
  • Aumento da compartimentação dos pulmões, que resultou num aumento da área da superfície respiratória:
  • Especialização progressiva dos sistemas de ventilação;
  • Aumento da eficiência da circulação 

Os anfíbios (I) possuem pulmões mais simples e efetuam igualmente trocas gasosas através da pele.

Os repteis (II, III), mais adaptados à vida terrestre, possuem pulmões um pouco mais desenvolvidos.

As aves (IV) possuem os aparelhos respiratórios mais complexos, apresentando algumas diferenças estruturais e funcionais. Estas tendo um metabolismo mais elevado, necessitam de elevadas quantidades de oxigénio, possuindo sacos aéreos (consistem em reservas de ar, melhorando a eficácia da ventilação.

Os Mamíferos (V) possuem um sistema respiratório constituído pelas vias respiratórias e pelos pulmões. As vias respiratórias permitem não só o trajecto do ar nos dois sentidos, entre o interior e o exterior dos pulmões, mas também o progressivo aquecimento do ar e a retenção de partículas em suspensão.
Os pulmões, localizados na caixa torácica, são elásticos e constituídos por milhares de alvéolos, que garantem uma área de hematose várias vezes superior à da superfície do corpo. Esta superfície respiratória, recoberta de muco, está separada do sangue apenas pela fina membrana dos capilares sanguíneos.



Informação sobre a recolha URL de  imagens e de informação:
http://gracieteoliveira.pbworks.com/f/1327188420/5b915d5de78c4aeba4e0af89bbcce42b.jpg
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