domingo, 2 de fevereiro de 2014

Sismos-conc.

Como avaliar a dimensão de um sismo ?

Sismo: Intensidade sismica(grau de destruição que o sismo provocou e o nº de mortes).
            Magnitude(Quantidade de energia libertada, determinada no foco).

A intensidade de um sismo depende entre outros fatores:

v  Da profundidade ou foco (ou hipocentro);
v  Da distância epicentral;
v  Da natureza do subsolo;
v  Da quantidade de energia libertada no foco;
v  Da qualidade das edificações;
v  Do nº de habitantes;
v  Grau de preparação da população para agir adequadamente numa situação de catástrofe de modo a proteger-se e proteger os outros.

A determinação da intensidade de um sismo, nos vários locais à superfície da Terra onde ele foi sentido, e a localização do seu epicentro permitem traçar num mapa as isossias.

Isossias - linhas curvas que unem pontos onde a intensidade do sismo foi a mesma, permitindo uma melhor visualização da área afetada pelo sismo.

Carta de isossias – conjunto de isossias relativas a um sismo que abrangem a região onde o sismo foi sentido.

Porque não são circunferências perfeitas?

A Terra não é um planeta com uma composição homogénea, mas heterogénea, logo a propagação das ondas sísmicas é influenciada pela variação das propriedades do material que atravessam e, por isso, as isossias tem formas irregulares.

Porque as isossias estão a tracejado ou nem estão representadas ?

Não se traçam isossias no oceano porque não há edificações no mar nem pessoas, pelo que não se pode determinar a intensidade sísmica. As isossias traçadas a tracejado significa que não houve dados suficientes para determinar a intensidade.

Limitações do parâmetro intensidade

-Nem sempre um sismo de maior magnitude é aquele que possui a maior intensidade sísmica, ou seja, nem sempre o que liberta mais energia é o que provoca mais vitimas.
-Nem sempre o epicentro é o local onde o sismo nos oceanos e nas zonas desérticas.
-Não é possível avaliar a intensidade do sismo nos oceanos e nas zonas desérticas.
-É um parâmetro subjetivo, uma vez que depende da avaliação das equipas no terreno e das respostas apresentadas aos inquéritos efetuados.

Magnitude- corresponde à quantidade de energia libertada no hipocentro, sendo determinada pela amplitude máxima das ondas sísmicas registadas no sismograma e na distância epicentral. A escala de magnitudes mais utilizada é a escala de Richter.
Quantifica a energia libertada pelo sismo no hipocentro a partir de dados fornecidos pelos sismogramas.
 A escala de Richter é objetiva e quantitativa.

A escala de Ritcher é logarítmica
O aumento de uma unidade na escala à Aumento de 10x na amplitude da onda.
A subida de uma unidade na escala representa um aumento de energia libertada, cerca de 30x maior.
A escala de Ritcher não tem limite máximo (é aberta).
Atualmente, o valor máximo registado situa-se próximo de 10.
Para cada sismo existem muitas intensidades, mas apenas uma magnitude.

Determinação da magnitude de um sismo

Método gráfico

- A partir dos dados de um sismograma.
-É medida a amplitude da maior onda sísmica e o intervalo de tempo entre o inicio da onda P e da onda S.
-Traçando uma reta que una essas duas medidas determinamos a magnitude de um sismo.

Sismos e tectónica de placas

As áreas  de grande atividade sísmica coincidem com zonas instáveis da Terra situando-se geralmente nos limites de placas litosféricas.

Sismos interplacas- cerca de 95% dos sismos do Globo ocorrem em zonas localizadas junto às fronteiras de placas tectónicas.

Sismos intraplacas- apenas 5% dos sismos tem origem em falhas ativas localizadas no interior das placas.

Sismicidade Interplaca

Limites convergentes
v  Os sismos ocorrem ao longo das placas em colisão.
v  A atividade sísmica é intensa e frequente, nomeadamente ao nível das zonas de subducção.
v  As fronteiras convergentes correspondem às zonas de maior sismicidade e com sismos de maior magnitude.
v  A cintura circumpacífica e a cintura mediterrânico-asiática são duas zonas associadas a este tipo de limite de placas.

Limites divergentes
v  Os sismos ocorrem ao longo das placas que estão em movimento de separação ( ao nível das dorsais oceânicas).
v  Sismos de foco pouco profundo (menos de 70km) e geralmente de menos magnitude e localizados em falhas paralelas ao rifte.
v  Apresentam, geralmente, menor magnitude do que os sismos associados a fronteiras convergentes.

Limites conservativos
v  Os sismos ocorrem ao longo das placas que deslizam horizontalmente, uma em relação à outra-falhas transformantes.
v  Nas zonas em que as placas deslizam em sentidos opostos geram-se frequentemente sismos, geralmente, de pequena profundidade ( não superior a 100km).

Minimização de riscos sismicos

Previsão - Sinais de alerta

v  Aparecimento de pequenas fraturas no interior de rochas próximas de falhas;
v  Ocorrência de sucessivos microssismos devido às pequenas ruturas;
v  Flutuações no campo magnético terrestre;
v  Alteração da condutividade elétrica;
v  Modificações na densidade das rochas;
v  Alteração no nível de água de poços junto a falhas;
v  Anomalias no comportamento animal.

Prevenção

v  Estudo geológico dos terrenos onde serão construídos edifícios públicos;
v  Construções parassismicas;
v  Planos de evacuação das populações e respetivo treino;
v  Organização de serviços da Proteção Civil;
v  Educação das populações.

Dada a dificuldade de prever um sismo, há que conhecer as medidas divulgadas pelo Serviço Nacional de Proteção Civil, sobre o que fazer antes, durante e depois de um sismo, pois o que salva vidas e bens é a prevenção e não a previsão.

Resumo: A sismologia e o conhecimento do interior da Terra

O conhecimento direto do interior da Terra confina-se a uma delgada pelicula da sua superfície. Assim sendo, vários têm sido os métodos indiretos utilizados para o estudo do interior da Terra (gravimétricos, astronómicos …), mas, sem dúvida, o conhecimento atual foi construído em grande parte por meio da sismologia.
Quando ocorre um sismo, grande parte da energia libertada a partir do foco propaga-se em todas as direções sob a forma de ondas sísmicas. Podem distinguir-se em dois tipos de ondas, as que se propagam através do interior da Terra – ondas profundas ou internas e as que resultam da interferência das ondas internas e que se propagam à superfície, decrescendo a sua amplitude rapidamente com a profundidade – ondas superficiais.
Para a sismologia interessam essencialmente as ondas internas e é com base na variação das suas velocidades que se obtêm dados referentes ao interior do nosso planeta.
Se a Terra fosse uma esfera homogénea, ou seja, se a composição e as propriedades físicas dos materiais fosses idênticas em qualquer ponto do globo, a velocidade das ondas sísmicas devia manter-se constante em qualquer direção sendo o trajeto das ondas retilíneo. Porém o que acontece na realidade é que quando ocorre um sismo, as ondas sísmicas propagam-se segundo um esquema idêntico ao evidenciado.
O trajeto de propagação das ondas sísmicas no interior do globo terrestre não é retilíneo, mas sim curvilíneo.
Tal facto permite inferir que a Terra não é homogénea, admitindo-se, por isso, que as ondas sísmicas atravessam meios com propriedades físicas diferentes.
De acordo com as características dos materiais que atravessam, as ondas sísmicas tem diferentes velocidades de propagação e diferentes comportamentos. As ondas sísmicas podem apresentar desvios ou ser absorvidas. É na zona limite entre dois materiais distintos que ocorrem alterações mais notórias na velocidade de propagação e direção das ondas. Isto é devido a fenómenos de refração e reflexão. É devido a refrações contínuas que a trajetória das ondas não é retilínea, mas sim arqueada na direção da superfície.
À medida que caminhamos para o interior da Terra a pressão a que os materiais terrestres estão submetidos aumenta gradualmente, provocando rearranjos dos materiais que determinam um aumento da densidade e da rigidez.
Quanto maior a rigidez, maior a velocidade das ondas sísmicas.
Quando maior a densidade, menor a propagação das ondas.
Este facto só se explica porque a rigidez aumenta de forma mais significativa que a densidade à medida que caminhamos para o interior do globo terrestre.
Verifica-se que o aumento da velocidade de propagação das ondas sísmicas com a profundidade não é uniforme. Este facto indica uma variação importante na composição e propriedades dos materiais existentes no interior da Terra. Ao passar de um material para o outro de natureza distinta, as ondas sofrem uma variação na sua velocidade de propagação. À zona que separa materiais distintos chama-se superfície de descontinuidade.
Segundo o modelo das zonas concêntricas podem ser definidas na Terra três zonas principais (Crusta, Manto e Núcleo) de acordo com a existência de descontinuidades no interior da Terra.
A descoberta da descontinuidade de Moho deve-se ao geofísico jugoslavo Moho. Esta descontinuidade separa a Crusta do Manto e pode situar-se entre os 5km e os 70km de profundidade.
À profundidade de 2900km localiza-se a superfície de descontinuidade de Gutenberg, separando manto do núcleo terrestres.
A descontinuidade de Gutenberg define a fronteira manto/núcleo. A partir desta descontinuidade o material deve ser extremamente denso, formado por ferro e algum níquel associado. Verifica-se que as ondas S não se propagam no núcleo e as ondas P diminuem drasticamente a sua velocidade de propagação, admitindo-se, por isso, que o material esteja fundido ou se comporte como um liquido.
O material do núcleo interno devera encontrar-se no estado solido. Este facto reside no efeito da pressão sobre o ponto de fusão que constitui o núcleo. Nas zonas próximas do centro da Terra a pressão deve ser de milhões de vezes, superior à pressão atmosférica e deve subir mais do que a temperatura, ficando o ferro no estado solido.
Admite-se que a partir dos 20km por baixo dos oceanos e apartir dos 70km-100km de profundidade nas zonas continentais se inicie uma zonas pouco rígida – a Astenosfera – que se prolongará até aos 350 km.
Na astenosfera uma pequena percentagem(1 a 10%) de minerais do peridotito (principal rocha do manto) poderá atingir o ponto de fusão, tornando a rocha menos rígida, provocando a redução da velocidade de propagação das ondas sismicas.



 Bibliografia : caderno













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