Como avaliar a dimensão de um sismo ?
Sismo: Intensidade sismica(grau de destruição que o sismo
provocou e o nº de mortes).
Magnitude(Quantidade de
energia libertada, determinada no foco).
A intensidade de um sismo depende
entre outros fatores:
v Da profundidade ou foco (ou
hipocentro);
v Da distância epicentral;
v Da natureza do subsolo;
v Da quantidade de energia libertada no
foco;
v Da qualidade das edificações;
v Do nº de habitantes;
v Grau de preparação da população para
agir adequadamente numa situação de catástrofe de modo a proteger-se e proteger
os outros.
A
determinação da intensidade de um sismo, nos vários locais à superfície da
Terra onde ele foi sentido, e a localização do seu epicentro permitem traçar
num mapa as isossias.
Isossias - linhas curvas que unem pontos onde a
intensidade do sismo foi a mesma, permitindo uma melhor visualização da área
afetada pelo sismo.
Carta de isossias – conjunto de isossias relativas a um
sismo que abrangem a região onde o sismo foi sentido.
Porque não são circunferências perfeitas?
A Terra não
é um planeta com uma composição homogénea, mas heterogénea, logo a
propagação das ondas sísmicas é influenciada pela variação das propriedades do
material que atravessam e, por isso, as isossias tem formas irregulares.
Porque as isossias estão a tracejado
ou nem estão representadas ?
Não se
traçam isossias no oceano porque não há edificações no mar nem pessoas, pelo
que não se pode determinar a intensidade sísmica. As isossias traçadas a
tracejado significa que não houve dados suficientes para determinar a
intensidade.
Limitações do parâmetro intensidade
-Nem sempre
um sismo de maior magnitude é aquele que possui a maior intensidade sísmica, ou
seja, nem sempre o que liberta mais energia é o que provoca mais vitimas.
-Nem sempre
o epicentro é o local onde o sismo nos oceanos e nas zonas desérticas.
-Não é
possível avaliar a intensidade do sismo nos oceanos e nas zonas desérticas.
-É um
parâmetro subjetivo, uma vez que depende da avaliação das equipas no terreno e
das respostas apresentadas aos inquéritos efetuados.
Magnitude- corresponde à quantidade de energia
libertada no hipocentro, sendo determinada pela amplitude máxima das ondas
sísmicas registadas no sismograma e na distância epicentral. A escala de
magnitudes mais utilizada é a escala de Richter.
Quantifica
a energia libertada pelo sismo no hipocentro a partir de dados fornecidos pelos
sismogramas.
A escala de Richter é objetiva e quantitativa.
A escala de Ritcher é logarítmica
O aumento de
uma unidade na escala à Aumento de 10x na amplitude da onda.
A subida de
uma unidade na escala representa um aumento de energia libertada, cerca de 30x
maior.
A escala de
Ritcher não tem limite máximo (é aberta).
Atualmente,
o valor máximo registado situa-se próximo de 10.
Para cada
sismo existem muitas intensidades, mas apenas uma magnitude.
Determinação da magnitude de um sismo
Método gráfico
- A partir
dos dados de um sismograma.
-É medida a
amplitude da maior onda sísmica e o intervalo de tempo entre o inicio da onda P
e da onda S.
-Traçando
uma reta que una essas duas medidas determinamos a magnitude de um sismo.
Sismos e tectónica de placas
As
áreas de grande atividade sísmica
coincidem com zonas instáveis da Terra situando-se geralmente nos limites de
placas litosféricas.
Sismos
interplacas- cerca
de 95% dos sismos do Globo ocorrem em zonas localizadas junto às fronteiras de
placas tectónicas.
Sismos
intraplacas- apenas
5% dos sismos tem origem em falhas ativas localizadas no interior das placas.
Sismicidade Interplaca
Limites
convergentes
v Os sismos ocorrem ao longo das placas
em colisão.
v A atividade sísmica é intensa e
frequente, nomeadamente ao nível das zonas de subducção.
v As fronteiras convergentes correspondem
às zonas de maior sismicidade e com sismos de maior magnitude.
v A cintura circumpacífica e a cintura
mediterrânico-asiática são duas zonas associadas a este tipo de limite de
placas.
Limites
divergentes
v Os sismos ocorrem ao longo das placas
que estão em movimento de separação ( ao nível das dorsais oceânicas).
v Sismos de foco pouco profundo (menos
de 70km) e geralmente de menos magnitude e localizados em falhas paralelas ao
rifte.
v Apresentam, geralmente, menor
magnitude do que os sismos associados a fronteiras convergentes.
Limites
conservativos
v Os sismos ocorrem ao longo das placas
que deslizam horizontalmente, uma em relação à outra-falhas transformantes.
v Nas zonas em que as placas deslizam
em sentidos opostos geram-se frequentemente sismos, geralmente, de pequena
profundidade ( não superior a 100km).
Minimização de riscos sismicos
Previsão
- Sinais de alerta
v Aparecimento de pequenas fraturas no
interior de rochas próximas de falhas;
v Ocorrência de sucessivos microssismos
devido às pequenas ruturas;
v Flutuações no campo magnético
terrestre;
v Alteração da condutividade elétrica;
v Modificações na densidade das rochas;
v Alteração no nível de água de poços
junto a falhas;
v Anomalias no comportamento animal.
Prevenção
v Estudo geológico dos terrenos onde
serão construídos edifícios públicos;
v Construções parassismicas;
v Planos de evacuação das populações e
respetivo treino;
v Organização de serviços da Proteção
Civil;
v Educação das populações.
Dada a
dificuldade de prever um sismo, há que conhecer as medidas divulgadas pelo Serviço
Nacional de Proteção Civil, sobre o que fazer antes, durante e depois de um sismo, pois o que salva vidas e bens é a
prevenção e não a previsão.
Resumo: A sismologia e o conhecimento
do interior da Terra
O
conhecimento direto do interior da Terra confina-se a uma delgada pelicula da
sua superfície. Assim sendo, vários têm sido os métodos indiretos utilizados
para o estudo do interior da Terra (gravimétricos, astronómicos …), mas, sem
dúvida, o conhecimento atual foi construído em grande parte por meio da
sismologia.
Quando
ocorre um sismo, grande parte da energia libertada a partir do foco propaga-se
em todas as direções sob a forma de ondas sísmicas. Podem distinguir-se em dois
tipos de ondas, as que se propagam através do interior da Terra – ondas profundas ou internas e as que
resultam da interferência das ondas internas e que se propagam à superfície,
decrescendo a sua amplitude rapidamente com a profundidade – ondas superficiais.
Para a
sismologia interessam essencialmente as
ondas internas e é com base na variação das suas velocidades que se obtêm dados
referentes ao interior do nosso planeta.
Se a Terra
fosse uma esfera homogénea, ou seja,
se a composição e as propriedades físicas dos materiais fosses idênticas em
qualquer ponto do globo, a velocidade das ondas sísmicas devia manter-se
constante em qualquer direção sendo o trajeto
das ondas retilíneo. Porém o que
acontece na realidade é que quando ocorre um sismo, as ondas sísmicas
propagam-se segundo um esquema idêntico ao evidenciado.
O trajeto de propagação das ondas
sísmicas no interior do globo terrestre não é retilíneo, mas sim curvilíneo.
Tal facto
permite inferir que a Terra não é
homogénea, admitindo-se, por isso, que as ondas sísmicas atravessam meios
com propriedades físicas diferentes.
De acordo
com as características dos materiais que atravessam, as ondas sísmicas tem
diferentes velocidades de propagação e diferentes comportamentos. As ondas
sísmicas podem apresentar desvios ou ser absorvidas. É na zona limite entre
dois materiais distintos que ocorrem alterações mais notórias na velocidade de
propagação e direção das ondas. Isto é devido a fenómenos de refração e reflexão. É devido a
refrações contínuas que a trajetória das ondas não é retilínea, mas sim
arqueada na direção da superfície.
À medida que
caminhamos para o interior da Terra a pressão a que os materiais terrestres
estão submetidos aumenta gradualmente, provocando rearranjos dos materiais que
determinam um aumento da densidade e da rigidez.
Quanto maior
a rigidez, maior a velocidade das ondas sísmicas.
Quando maior
a densidade, menor a propagação das ondas.
Este facto
só se explica porque a rigidez aumenta
de forma mais significativa que a densidade à medida que caminhamos para o
interior do globo terrestre.
Verifica-se
que o aumento da velocidade de propagação das ondas sísmicas com a profundidade
não é uniforme. Este facto indica uma variação importante na composição e
propriedades dos materiais existentes no interior da Terra. Ao passar de um
material para o outro de natureza distinta, as ondas sofrem uma variação na sua
velocidade de propagação. À zona que separa materiais distintos chama-se
superfície de descontinuidade.
Segundo o
modelo das zonas concêntricas podem ser definidas na Terra três zonas
principais (Crusta, Manto e Núcleo) de acordo com a existência de
descontinuidades no interior da Terra.
A descoberta
da descontinuidade de Moho deve-se ao geofísico jugoslavo Moho. Esta
descontinuidade separa a Crusta do Manto e pode situar-se entre os 5km e os
70km de profundidade.
À
profundidade de 2900km localiza-se a superfície de descontinuidade de
Gutenberg, separando manto do núcleo terrestres.
A
descontinuidade de Gutenberg define a fronteira manto/núcleo. A partir desta
descontinuidade o material deve ser extremamente denso, formado por ferro e
algum níquel associado. Verifica-se que as ondas S não se propagam no núcleo e
as ondas P diminuem drasticamente a sua velocidade de propagação, admitindo-se,
por isso, que o material esteja fundido ou se comporte como um liquido.
O material
do núcleo interno devera encontrar-se no estado solido. Este facto reside no
efeito da pressão sobre o ponto de fusão que constitui o núcleo. Nas zonas
próximas do centro da Terra a pressão deve ser de milhões de vezes, superior à pressão
atmosférica e deve subir mais do que a temperatura, ficando o ferro no estado
solido.
Admite-se
que a partir dos 20km por baixo dos oceanos e apartir dos 70km-100km de
profundidade nas zonas continentais se inicie uma zonas pouco rígida – a Astenosfera
– que se prolongará até aos 350 km.
Na
astenosfera uma pequena percentagem(1 a 10%) de minerais do peridotito (principal
rocha do manto) poderá atingir o ponto de fusão, tornando a rocha menos rígida,
provocando a redução da velocidade de propagação das ondas sismicas.
Bibliografia : caderno
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